moção de censura aos finais necessários

Tenho que começar este texto admitindo que sou uma romântica. Como é possível não gostar de uma bonita história de amor?
Mas é verdade que, acima de tudo, gosto de uma boa história. Admiro o talento de quem consegue passar uma mensagem e acordar sentimentos tantas vezes adormecidos na rotina do dia-a-dia. Este filme, esta história, foram, para mim, um desses despertadores barulhentos, determinados, impiedosos.

Apresentou-se com uma boa história e, como se não bastasse, com uma bonita história de amor. E contou-a e cantou-a em duas línguas bem diferentes mas com tanto potencial quando se unem: a representação e a música. Não é preciso muito tempo de filme para nos apaixonarmos. Eu caí logo, feito amadora. Mais uma cena, mais uma música, e eu ali, colada, encantada.

Até que chega o momento em que sentes que te vão tirar o tapete. Não queres. Resistes. Questionas. E ficas zangada e rabugenta. Não por te terem tirado o tapete, mas por saberes que, muito provavelmente, uma grande parte da beleza da história vai ser esse golpe que acabaste de levar. Esse golpe que não te vai deixar esquecê-la, que não te vai deixar esquecer a forma como ela te fez sentir.

Sou uma romântica, sim. E rais parta que bem queria um final feliz. Mas, citando a parede de um café onde uma grande amiga costuma ir: “há os finais felizes, e há os finais necessários”.

Em resumo, grande filme. Grande banda sonora.
Enquanto decidem se tenho razão, vou só ficar aqui zangada e rabugenta mais um bocadinho por me terem tirado o final feliz de hoje.

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