Minha pequena Leonor,
Escrevo-te no rescaldo de um dia muito especial: o teu primeiro aniversário.
Foi um fim de tarde de emoções, e a tua casa encheu-se de pessoas que gostam muito de ti. Deves estar a perguntar-te como é que num ano apenas conseguiste que tanta gente gostasse assim tanto de ti. É fácil. Em primeiro lugar, tens as bochechas mais apetecíveis do mundo. Segundo, a tua gargalhada sonora derrete qualquer um. Terceiro, mas não menos importante, és filha da tua mãe. O que faz com que as duas primeiras razões sejam muito provavelmente herança dela. Isso, e essa alegria tão genuína que vive dentro de ti. Eu sei, o aniversário é teu, e aqui estou eu a falar dela outra vez. Isto um dia passa-me. Mas hoje, não consigo não o fazer. Sabes, há pessoas incríveis, e depois há a tua mãe. Não porque preparou a tua festa com todos os detalhes. Não porque cozinhou coisas boas para nos manter de barriga cheia enquanto tu te babavas para nós. Isso são coisas que as mães fazem. A tua mãe é incrível porque só tem uma resposta dentro dela: amor. E eu já o sabia, mas hoje Leonor, hoje foi tão evidente. A tua mãe coloca amor em tudo. Nos petiscos que cobrem a mesa, no novo cantinho da sala, na cápsula do tempo que preparou a pensar em ti, nas palavras, nas atitudes. A vida é como as frutas novas que tu tens provado neste último ano: às vezes muito doce, outras vezes bem amarga. Há momentos que queremos provar muitas vezes, outros aos quais fazemos caretas e só queremos que acabem depressa. Alguns deles apanham-nos de surpresa, quando nem sabemos que careta usar. Neste último ano, deste à tua mãe momentos muito docinhos, a que ela respondeu com muito amor. Era a resposta inevitável. Mas a vida, malandra, deu a provar à tua mãe algumas frutas bem amargas. E ela fez caretas, tal como tu, só que não tão fofas. Mas sabes como é que ela respondeu depois? Da forma mais difícil: com amor. Com o amor mais forte que eu já vi nela. Um amor tão forte que, depois destes anos de amizade, ainda me conseguiu surpreender. E emocionar. Eu sabia que ela tinha um coração gigante, mas, aqui entre nós, tu fizeste com que ele se superasse, com que ele não tivesse limites mais. Tudo isto num ano apenas. Estou seriamente desconfiada que nasceste com super-poderes.
Parabéns, minha querida Leonor. E obrigada, de coração. Foste uma grande parceira de equipa nesta época que passou. Seguimos juntas, sempre. Sei que tenho em ti a melhor aliada para encher o prato da tua mãe com as frutas mais docinhas do quintal. Imagina quando conseguires trepar às árvores. Ela que se prepare.
Um abraço apertadinho,
Diana