ode à preguiça


Eu não acredito em férias
mas que as há, há!
Tanto que o meu pijama
nem sabe se prefere a cama,
ou a manta e o sofá.

Agora falem baixinho
enquanto eu medito um pouquinho.
É que a arte de ouvir a moleza
até tem a sua beleza,
mas exige respeitinho.

Vão indo, não se aborreçam,
Eu cá fico no meu vagar.
Sei bem que esta inatividade
ainda vai deixar saudade.
Há que não a apressar.

Neste ócio criativo
mesmo sem querer, sou produtivo:
tanto que já fiz promessa
ao tal engenho que, com a pressa,
chega a ser intimidativo.

Sr. Relógio, escute-me bem:
a vida não se quer tão fugaz.
No intervalo da sesta
lanço-lhe a cana de pesca
e arrasto o ponteiro para trás.


Bem-vindo de volta a casa,
Pedro Bocejo.

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