o egoísmo da felicidade de quem fica

Há pouco mais de uma semana, lia, nas palavras de alguém que decidiu mudar de país por opção (não por falta de opções), algo sobre a dose de egoísmo que está presente na felicidade de quem decide ir (ponto n1 deste texto).
Hoje, dou por mim num já lugar comum, o do egoísmo presente na felicidade de quem fica. É um autêntico baloiço de emoções. Este orgulho por ver aqueles de quem gostamos ter a coragem de ir e lutar por aquilo que acreditam, por um futuro escrito pelas próprias palavras e não apenas pelas que vagueiam no país onde nasceram, ou simplesmente pelo espírito aventureiro, livre, desprendido, de ir em busca do que de bom e desafiante pode haver na surpresa do desconhecido. E do outro lado – e que outro lado! – esta tristeza que vive na certeza que há um lugar que não volta a ser preenchido, um vazio que ninguém substitui porque pertence apenas a essa pessoa, ao seu sorriso ou má disposição, às suas gargalhadas e amuos, à forma tão particular como ele ou ela nos faz sentir.
 
Partem uns e dão espaço para que outros cheguem, é certo, mas também esses criam um lugar tão especial. Um lugar só deles, que não substituiu ou compensa qualquer outro. Não há lugar para compensações na amizade. Há sim saudade, muita e sincera saudade.
 
Uma palavra de gratidão aos amigos que como eu vão ficando e me seguram neste baloiço, uma palavra de força aos amigos que vão para que se mantenham firmes na busca dos seus sonhos e objetivos, um abraço de boas vindas aos amigos que vêm por bem criar um novo lugar para si.
 
E no meio deste turbilhão de emoções, uma letra que delas fala tão bem.

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