Aquele momento em que vais uma instituição para vender um serviço, és recebida pelo dono de 85 anos que te conta todo o seu percurso de vida com mais detalhes do que os minutos que tens para o ouvir, mas mesmo assim não te consegues levantar, ou apressá-lo, sentes que ele precisa daquele tempo, daquele respeito, de contar aquela história provavelmente pela milésima vez – ajudas, quanto muito, a encontrar as palavras que a memória dele já não disponibiliza com a velocidade que o discurso impõe – e sais de lá, 40 minutos depois, sem vender o serviço porque não se ajusta ao que esperavas encontrar, mas com a nítida sensação que ganhaste o dia e mais uma mão cheia de lições de vida.
As surpresas que escondem as portas do Porto.